Muitos foram aqueles que vaticinaram uma vida curta para este universo dos blogs. Sabe-se já que estavam muito enganados. A prova disso é que todos os dias surgem novos membros neste já imenso clube virtual. Considerei portanto que era chegada a hora de alguém elaborar um Pequeno Dicionário de Blogs, só para quem só agora começa a entrar em contacto com este nosso mundo, perceba em que é que se está a meter.
Se puderem divulguem.
blog ou blogue – Espaço virtual de opiniões e ideias, pessoal ou colectivo, que surge de uma pouco comum combinação de circunstâncias: a internet está a roubar grande parte da nossa vida e ao mesmo tempo toda a gente acha que tem alguma coisa para dizer.
blogger ou bloguista – Pessoa suficientemente desocupada e/ou suficientemente egocêntrica para achar que tem algo de importante ou interessante a partilhar com o mundo. Normalmente essas pessoas têm tendência para se esconderem atrás da capa do anonimato e assim poderem dizer algumas coisas que não têm coragem ou ousadia de dizer, com o seu próprio nome. Os nicks que utilizam têm também bastante tendência para o ridiculo (ex: bidé).
blogosfera – Universo virtual, ainda em expansão, composto por todos os elementos, corpos (e mentes) que navegam e escrevem no blogospaço. Ainda não está provado mas julga-se que a blogosfera resultou da explosão repentina de uma grande massa de pessoas com vontade de comunicar.
blogs 1ª geração – Nome que atribuí aos blogs que tiveram a sua eclusão antes de Junho de 2003. Os bloguistas de 1ª geração têm o mérito terem sido os primeiros a aperceber-se do fenómeno e a pensar, “ora aqui uma bela forma de gratuitamente falar de mim, dos meus gostos, das minhas vaidades e ainda com o bónus de poder zurzir livremente nos meus inimigos, sem haver hipótese de ser processado”. O bidé é de compreensão lenta e também por isso, um blog de 2ª geração. Actualmente vive-se a era dos blogs de 4ª geração e não fazemos a mínima ideia sobre o que isso significa.
blogaólico – Pessoa viciada em blogs. Nome pelo qual se designa aquele(a) que fazem do seu blog o centro da sua vida. Estas pessoas sofrem de um grave disturbio uma vez que adormecem a pensar no blog, acordam a pensar no que é que vão escrever no blog, fazem amor a pensar no número de pessoas que estão a ler o seu blog, vão trabalhar e a primeira coisa que fazem é ver quantos comentários estão no seu blog e quantas visitas tiveram no dia anterior. Exactamente por isso é que muitas vezes metade das visitas marcadas nos seus contadores, é da exclusiva responsabilidade dos próprios.
comentaólicos – Género que normalmente deriva do anterior. Nome pelo qual se designam todas aquelas pessoas que travam uma autêntica batalha contra o tempo, afim de, dia após dia, hora após hora, deixarem no maior número possível de blogs, o seu comentário. Está ainda por determinar o que é que estas pessoas fazem na vida. O que os comentaólicos pessoas dizem nos seus comentários não é relevante uma vez que a intenção não é dar a sua opinião ou partilhar ideias, mas sim, publicitar o mais possível a sua homepage e assim conseguir canalizar o maior número possível de leitores e consequentemente de ligações (ver linques) para o seu blog (ver top weblog).
link ou linque – Toda e qualquer referência ou enlace a outro blog, que resulte numa ligação ao mesmo. Se muitas vezes estas ligações surgem das amizades bloguisticas criadas, da empatia, da partilha de valores e também da admiração, muitos casos há em que os linques são uma arma utilizada como paga de favores ou na expectativa de favores recíprocos (ver top weblog).
post ou posta – Cada um dos textos, pensamentos, ideias, ou qualquer outro objecto de comunicação publicado e editado no blog. O termo posta foi muito bem adaptado à língua portuguesa, já que como bem se sabe, qualquer bom português gosta de mandar a sua bela posta de pescada.
top weblog – Lista organizada dos blogs portugueses. Ao contrário do que seria de pensar, este top não está estruturada pela qualidade, utilidade ou interesse público dos mesmos, mas sim pela fama alcançada, em muitos casos nos primordios da blogosfera (ver blogs 1ª geração) ou pelo tempo dispendido em manobras de charme (ver comentaólicos). Felizmente, e por mero acaso, alguns blogs ocupam o lugar no top coincidente ao que é merecido. Topam?
BIDÉ NOSTALGIA - VOLUME III
DEZ MESES DE LOIÇA SANITÁRIA
NO BLOG COM...
E se as figuras da nossa História também tivessem um blog, como seria?
Hoje vamos conhecer o blog de Luis de Camões:
Quarta-feira, 14 de Março Caragos ma quilhem. Ando cá enrabichado por uma moura chamada Luzia. O raio da moura tem umas tetonas mui grandes e viçosas e isso deixa-me louco. Um dia destes passo-me dos carretos e, faço-lhe o mesmo que fiz à Leonor que costumava ir à fonte, formosa mas não segura, e que por isso, comi atrás da verdura.
Posted by Luiz Vaz @
Sexta-feira, 06 de Abril Hoje, enquanto afogava o nabo encostado a uma cerejeira, lembrei-me de que o sexo é muito bem capaz de ser, fogo que arde sem se ver, ferida que dói e não se sente ou talvez mesmo um contentamento descontente. Hum, tenho que arranjar maneira de encaixar isto num poema mais comercial.
Posted by Luiz Vaz @
Sábado, 19 de Maio Andava uma gaja armada em difícil mas fiz-lhe um soneto e pimba! Caem todas. Deixei-a tão excitada com a rima emparelhada, que os mamilos dela ficaram espetados como eu nunca vi. Tenho que começar a ter mais cuidado, se não, qualquer dia um bico daqueles ainda me vaza um olho...
Posted by Luís Vaz @
Quinta-feira, 28 de Junho Finalmente consegui saltar pra cima da moura Luzia! Já não era sem tempo, começava a desesperar e a pensar emigrar pra Ceuta. Ela é uma toura na cama. E nas cavalariças. E no palheiro. Vou escrever um livro dedicado a ela. Pensei em chamar à obra, “Luzia das mamas grandes e redondas e torneadinhas” mas o meu editor disse que títulos mui grandes não ajudam às vendas, por isso acho lhe vou só chamar-lhe “Luzia das”.
Posted by Luís Vaz @
Isto e muito mais em: www.ospipisdocamoes.blogspot.com
BIDÉ NOSTALGIA - VOLUME II
DEZ MESES DE LOIÇA SANITÁRIA
DÚVIDAS EXISTÊNCIAIS PELO RALO
PORQUE É QUE OS HOMENS TANTO COÇAM OS TOMATES EM PÚBLICO?
Pois é, estou de volta às grandes questões que inquietam a Humanidade. Como já perceberam, não vou falar aqui na apalpação de leguminosas mas sim, da mania da maioria dos homens portugueses, de revolver as suas partes baixas. As mulheres não compreendem, Não gostam, e para elas, este gesto não tem rival na repugnância (exceptuando talvez, a limpeza das fossas nasais com o auxilio do dedo indicador). Exactamente por isso, vamos então, tentar encontrar respostas:
Primeiro: Coçar os tomates é um acto geneticamente intrínseco ao homem. É como que um resquício primitivo, que perdura desde o tempo em que os homens das cavernas o faziam para mostrar às fêmeas, que ali, à sua frente, estava um reprodutor. E evidentemente, também para catar a imensa piolhada. É de antever que, com a evolução da espécie (e também dos produtos farmacêuticos que eliminam eficazmente o ganau), e da mesma forma que acontecerá com o apêndice ou os dedos mindinhos, tal gesto terá tendência a tornar-se supérfluo e a desaparecer das nossas ruas (e de todos os planetas colonizados).
Segundo: É um espólio cultural. Há neste maneio, como que uma passagem de testemunho inaudita, entre pais e filhos, o que só pode ser uma coisa bonita. Algo de instintivo e inexplicável, parece dizer-nos que, homem que é homem tem que mostrar que os tem no sítio. Este gesto, aparentemente tão simples quanto repugnante, talvez seja mesmo uma forma de afirmação de identidade: As mulheres afirmam-se pela sua inteligência e sensibilidade, os homens coçam os tomates. Tão simples quanto isto.
Terceiro: Certificar-se que eles continuam lá. Isto acontece a um nível subconsciente. Quando tudo nos falha na vida, é importante saber que ainda há algo de positivo, capaz de nos confortar nos momentos difíceis. Coçar os tomates restitui-nos esse conforto. É como se a mão que vai aos tomates, estivesse a transmitir ao cérebro, “Daqui Charlie 5, escuto. Atingimos neste momento o alvo e estou em condições de confirmar que está tudo OK, eles permanecem no local. Over and out.”
Quarto: É para ajeitar o material. Nada me tira da cabeça que este ponto está intimamente relacionado com cuecas apertadas. Por outras palavras, os homens coçam tanto mais os tomates, quanto mais adeptos são, do uso de slips. Não é pêra doce, tentar explicar porque é que há homens que de livre e espontânea vontade, se dedicam ao estrangulamento testicular. A utilização deste tipo de vestuário tem como consequências directas: pêlos públicos que se prendam e arrepanham, dilaceração das virilhas, e se por um infortúnio o sujeito se lembrar de cruzar as pernas, é mais que obvio que está mesmo a pedir um torcicolo nos testículos (ou outro mau jeito com um nome ainda pior)...
NOTA DO AUTOR: Se outro valor este post não tiver, concedam-me pelo menos o mérito de tê-lo escrito com alguma elevação. Com um tema destes não é nada fácil, acreditem. E agora se não se importam, vou coça-los. Passo a expressão.
BIDÉ NOSTALGIA - VOLUME I
DEZ MESES DE LOIÇA SANITÁRIA
COLCHÕES D’ ÁGUA
Toda a gente em determinado ponto da sua vida tem a fantasia de dormir sobre um colchão d’água mas há assim tanta gente que tenha um? Eu não, nem quero. Gosto muito de dormir sobre matérial sólido. Chamem-me conservador mas dormir sobre matéria líquida não faz parte da minha natureza. É mais ou menos a mesma coisa que sugerirem a um peixe-espada ou a um robalo que se deitasse numa cama de dossel.
Alguns podem pensar que tenho é medo que o colchão se rompa mas eu sei muito bem que eles são resistentes. Não sou assim tão ignorante. A minha dúvida é mais: e se o colchão fica com muita ondulação e eu enjoo? E depois todas as outras questões que num colchão normal não se colocam e que num colchão d’ água são preocupantes: será que podemos dormir de pijama ou convém dormir de calções? Será que há colchões de água doce e colchões de água salgada? Será que podemos deitarmo-nos normalmente ou espera-se de nós um vigoroso mergulho para cima do colchão? Possivelmente até um duplo mortal com flic-flac à retaguarda quando temos companhia? Será que a Lua exerce a sua influência sobre todos os colchões d’ água? Será que deitados num colchão d’ água as probabilidades de termos um sono agitado aumentam? Sendo que agitação vem de fora e não dos sonhos que temos?
Enquanto não encontrar respostas para estas perguntas continuarei a não ter particular interesse em experimentar um destes colchões. Se bem que os fabricantes dizem que dormir em cima de um colchão d’ água faz bem à circulação. Mas isto deve ser uma daquelas publicidades enganosas e o que eles realmente querem dizer é que, na melhor das hipóteses, ter sexo em cima de um colchão d’ água faz bem à circulação… da água.