Não há dúvidas que os dirigentes do Benfica são engenhosos. Já que não têm dinheiro, já que os para reforços não aparecem, arranjaram outra forma de aumentar a qualidade da equipa: rescindiram com o Zahovic.
E parece que o próximo a deixar o plantel mais equilibrado é o Argel: também está de saída.
Já agora, se não for pedir muito, façam o mesmo com o Paulo Almeida e o Everson, e não tenho dúvidas que o Benfica ficará com uma equipa ainda melhor.
Oiço dizer de há 5 ou 6 semanas para cá, que a Marisa Cruz está grávida de dois meses. Isto só por si é capaz de ser um caso insólito, mas o que me preocupa aqui até nem é isso. O que me deixa realmente preocupado é que se esta notícia for verdade, receio bem que a gravidez da Marisa Cruz seja de risco: se o pai da criança for o João Pinto como se pensa, não tenho dúvidas que a pobre da Marisa vai passar os próximos meses a levar murros e pontapés.
Não gosto nada de hospedeiros de bordo. São gente muito pouco terra-a-terra. Não pensem que digo isto só para meter aqui um trocadilho. Não, é uma classe profissional que não me inspira confiança. São desmesuradamente simpáticos.
E é precisamente esta over dose de simpatia que me deixa apreensivo. Desconfio que tamanha preocupação em ser sempre agradável e deixar boa imagem junto dos passageiros, não é concebível em nenhum ser humano, logo não pode ser sincera. Há um limite de tolerância para com a simpatia e os hospedeiros de bordo ultrapassam-na claramente.
Pior ainda, em todas as ocasiões que tenho viajado de avião, e de todas as vezes que um hospedeiro de bordo me está a servir ou a atender um pedido, não posso deixar de sentir que o faz sem grande deferência e até com um ar de superioridade. Principalmente os homens. Será que é porque de todas as vezes que tenho viajado de avião o tenho feito na classe económica?
Serei sou só eu que reparo que debaixo daqueles sorrisos treinados, esconde-se sempre um nariz empinado? Ou para ser mais preciso anatomicamente: será que sou só eu que reparo que aqueles sorrisos treinados, estão sempre por baixo de um nariz empinado? (Assim parece-me mais correcto, não queremos transformar isto num texto a la picasso.)
É que tanta sobranceria é capaz de ser um pouco excessiva para alguém cujas tarefas principais passam por: fechar e abrir portas, fechar e abrir gavetas com casacos, oferecer rebuçados, distribuir jornais, simular o uso de coletes salva-vidas, arranjar almofadinhas e empurrar carrinhos com comida de plástico.
É obvio que hospedeiros de bordo é tudo pessoal que não tem os pés bem assentes na terra (lá estou eu outra vez, não é?).
Quando é que alguém vai explicar aos hospedeiros de bordo que eles não passam de empregados de mesa com boa dentição e jeito para linguagem gestual?!
O curioso é o número astronómico de pessoas que querem fazer vida disto e mais incrível, a dificuldade que é conseguir entrar para hospedeiro de bordo!
Parece que é necessário dominar bem línguas (não, aqui não haverá trocadilhos). Ora, se bem entendo, a dificuldade estará portanto em saber dizer em inglês e francês: “Deseja mais açúcar?”, “já terminou a sua refeição?”, “obrigado, até à próxima”, “por favor vai ter que endireitar a cadeira” (e que fixação é esta por bombardearem constantemente pessoas adultas com uma expressão que nos faz sentir de novo na escola primária?), “o que é que vai tomar?”, “quer que eu lhe feche a braguilha todinha até cima?” (pronto, está bem, esta última é uma pura fantasia minha sobre o que se passará na classe executiva e que envolve certas hospedeiras de bordo)
Eu até sugeriria que, se há assim tanta gente interessada em fazer e dizer estas coisas e que não consegue entrar, devia-se alargar os horizontes profissionais e criar a carreira de Hospedeiro também em terra. Era duplamente interessante porque canalizava-se grande parte destes candidatos e baixava-se a taxa de desemprego.
Começaria por meter um hospedeiro em cada bar, O Hospedeiro de Bar.
A cena que vão assistir de seguida tem tanto mais piada, quanto conseguirem visualizar um hospedeiro todo catita, em frente às mesas com clientes, a acompanhar com as sinaléticas habituais, uma voz que surge dos altifalantes:
Boa noite senhoras e senhores clientes, fala-vos o vosso barman.
Devo infomá-los que a tempreratura ambiente é de aproximadamente 22 graus centigrados. Por sua vez no exterior, está sensivelmente um frio do caraças. Para aqueles que ainda assim se sentirem gelados, informamos que o bar possui um excelente leque de bagaceiras à vossa disposição.
Encontramo-nos a uma altitude de dois andares, o que deve evitar problemas em caso de tsunami.
Quem planear beber cerveja, deve por favor desapertar o cinto e mantê-lo desapertado sempre que estiver sentado.
Este bar possui duas casas de banho. Uma à direita do balcão para mulheres e outra à esquerda para homens. Relembramos que é para lá que se devem dirigir sempre que sentirem necessidade de vomitar.
As portas de emergência devem permanecer desimpedidas a fim de facilitar a saído dos comas alcoólicos.
Durante o serão ser-vos-á servido uma refeição ligeira. Tremoços e amendoins.
Quando receberem a conta é favor manter a calma e não entrar em pânico. Recomendamos que bebam mais um copo para esquecer.
Lembramos ainda os senhores clientes que é proibido fumar. Sim, é proibido fumar canabis ou marijuana. Pelo menos, sem oferecerem.
Obrigado por escolherem a nossa companhia.
Voltaremos a falar quando já estiverem todos no ar. Lá mais para a frente anunciarei a Happy Hour.