TIRO AOS PRATOS
No sábado convidaram-me para ir praticar tiro aos pratos. Meus amigos, tenho que vos dizer que foi de facto uma experiência única! E foi uma experiência única por dois motivos: porque nunca antes tinha feito tiro aos pratos e porque nunca mais me apanham lá, nem com uma espingarda apontada à cabeça. A verdade é que eu já desconfiava que tinha tanto jeito para pegar numa arma como, digamos, o Ministro da Defesa, além de que os pratos andam todos pelo ar, o que me dificultou um pouco as coisas. Depois, não consigo perceber qual a emoção em atirar a um prato que além de não ter penas, toda a gente sabe ter muito pouco para comer (se ainda fosse tiro aos patos). Mas o que eu acho mesmo que está errado, é que o tiro aos pratos devia ser um desporto exclusivamente praticado por mulheres: enquanto elas andam para aí a atirar para o ar estamos todos a salvo e além disso, podia funcionar como um grito de emancipação, uma espécie de exercício feminista contra todos os anos agarradas aos pratos da cozinha.