Um saudoso professor meu, de escrita criativa, falando sobre o humor, fez-nos ver que se conseguirmos acrescentar sempre algo de nosso e novo, não nos devemos envergonhar de imitar os melhores. Vai daí, resolvi seguir o seu conselho e copiar as revistas tipo Maria e Ana + Atrevida. Não será um trabalho fácil, mas proponho-vos esta nova rubrica a que dei o nome de: No Bidé do Psicólogo. Funcionará, naturalmente, como um consultório on-line de questões sentimentais e sexuais. Por isso leitores, espero as vossas lamentações, dúvidas e questões mais humilhantes. Desde já fica prometido que as piores e mais disparatadas perguntas, serão aqui publicadas com a respectiva resposta igualmente má e disparatada (espero). Entretanto, e enquanto aguardo pelos vossos emails, faço como as ditas revistas: vou inventando tudo.
Querido Bidé, sempre gostei de mulheres com pêlo na venta. Literalmente. Não sei porquê, mas há qualquer coisa nas mulheres com barba e/ou buço que me excita. Também gosto de pelos nas axilas em particular e no resto do corpo em geral. Para melhor perceberes do que é eu estou a falar até te digo mais: para mim, a maior sex-symbol de todos os tempos, é a Rosa Mota. O meu problema, é que a minha esposa, agora deu em rapar os pêlos todos. Já rapou as pernas e desta última vez até os pêlos púbicos rapou. Deixou apenas um pequeno bigode à Hitler. Diz que assim fica sexy. Sexy para quem? Para um neonazi? Para o jean-Marie le Pen?
Bidé, o que é que eu posso fazer, para a convencer a deixar crescer o matagal outra vez? TEÓFILO - S. JOÃO DO ESTORIL
Amigo Teófilo, estive a pensar muito e cheguei à conclusão que a primeira coisa a fazer no seu preocupante caso é, esconder da sua mulher tudo o que sejam: gilettes, espuma da barba, cera e depiladoras. Mas, acima de tudo, dê um sumiço a todas as revistas femininas que andam aí por casa, a encher-lhe a cabeça com ideias modernas e subversivas. Depois, como em qualquer momento mais difícil da vida conjugal, é sempre importante tentar o diálogo. Por isso, fale com ela sobre as suas necessidades pilosas e capilares. Se ela não as perceber, use metáforas e explique-lhe, por exemplo, o problema da desflorestação da selva amazónica. Se ainda assim, ela persistir em rapar-se, talvez um pouco de violência doméstica não seja de excluir. Se tudo isto ainda não for suficiente para a convencer, o meu conselho é trocar de mulher. Quem sabe a mulher-da-barba, no circo mais próximo.
E por hoje, o nosso tempo chegou ao fim. Vemo-nos para a semana.