Já ando à um tempão para escrever sobre aquelas tabuletas que se vêem na parte de trás de alguns camiões e que dizem, TRANSPORTE DE ANIMAIS VIVOS. Cada vez que vou atrás de um camião destes, surgem-me logo uma série de questões: Para que é que isto serve? Qual é a intenção? E se estas placas são mesmo obrigatórias, porque é não as colocam nos autocarros que transportam claques de futebol? Ou será que isto é mais uma lei criada exclusivamente para calar os Verdes? Sempre que virmos um carregamento de porcos, devemos ler nas entrelinhas, “pois, os animais estão vivos e podiam continuar assim, se você se contentasse com rebentos de soja e arroz integral, em vez de ser um odioso carnívoro!”
Quer dizer, corremos o risco de um dia destes nos depararmos com camiões de TRANSPORTE DE PLANTAS VIVAS? Ou TRANSPORTE DE BACTÉRIAS VIVAS? Os automobilistas precisarão mesmo de saber que à sua frente vão cabritos e borregos? Que de uma assentada podem ultrapassar mil frangos de aviário? Não estaremos já a viver em plena Sociedade de Excesso de Informação?
E se esta lógica, um dia destes se vira para as pessoas? Será que se vão lembrar que temos carrinhas funerárias onde ficava mesmo bem uma tabuleta de TRANSPORTE DE PESSOAS MORTAS? E na traseira das ambulâncias também vão querer informar do TRANSPORTE DE FERIDOS GRAVES E DOIS EM COMA? E eu, quando for para casa às 6 da manhã depois de uma grande noite de borga, vou ter que comunicar ao mundo que o meu carro faz o TRANSPORTE DE ANIMAL RACIONAL MAIS MORTO QUE VIVO???