Pois é, quem pensava que não era possível eu tornar-me ainda mais insuportável e a continuar a abusar da vossa paciência, estava redondamente enganado. Então não é, que desta vez, resolvi confidenciar-vos as canções da minha vida! As portuguesas, porque se fosse suficientemente doido para contabilizar as outras, esta lista podia assumir proporções astronómicas.
A música é-me tão importante e tem uma presença tão forte em mim, que as canções acabam por ser a banda sonora da minha vida. Depois desta bela frase, já deve ter dado para perceber que estão perante o post mais desinteressante e criticável da história do Bidé. Mas também, pensei assim, “Caramba pá, tu não és o Alberto João Jardim! Nem tudo o que dizes tem que ter sempre piada!”.
E assim foi, como não podia deixar de ser, elaborei uma lista completamente pessoal, subjectiva e de um gosto demasiado duvidoso para que não tentasse pelo menos, fundamentar a sua escolha. Algumas das canções valem por si mesmas, outras são um tributo ao brilhantismo dos seus autores e intérpretes e outras ainda têm apenas o valor de estarem de uma forma indelével associadas a momentos memoráveis da minha vida.
Cá vai a lista, sem uma ordem especifica e acompanhada, não dos autores (isso era capaz de dar trabalho) mas dos interpretes das mesmas.
Abro-vos agora as portas da jukebox do meu coração e o mais rapidamente possível antes que continue a massacra-los com mais frases melodramáticas como esta:
(1) Por Quem Não Esqueci, Sétima Legião
(2) Pronuncia do Norte, GNR
(3) Bairro do Oriente, Rui Veloso
(4) Hoje é Primeiro Dia do Resto da Minha Vida, Sérgio Godinho.
(5) The 80’s, David Fonseca
(6) Seremos Censurados, Censurados
(7) O Sopro do Coração, Clã
(8) Estrela do Mar, Jorge Palma
(9) Estou bem onde não estou, António Variações
(10) Morte ao Sol, GNR
(11) OK, Do You Want Something Simple?, The Gift
(12) Mestre de Culinária, Quim Barreiros
(1) porque me lembra sempre alguém que nunca esqueci.
(2) Éramos 40 000 a canta-la em uníssono no Estádio de Alvalade.
(3) Porque para mim tem provavelmente a melhor letra escrita e musicada no português de Portugal e isso deve bastar. Também gosto muito da versão dos Clã.
(4) De todas as grandes canções do Sérgio esta é que tem o melhor e mais extenso título. Exactamente por isso, ganho por um triz a “A noite passada”.
(5) Esta é capaz de ser demasiado recente para estar aqui mas o que é que eu posso fazer se sempre que a oiço me faz sorrir ao recordar-me dos anos 80, em Leiria?
(6) Porque eu também já fui rebelde. E porque ainda hoje, de vez em quando, a cantamos em jeito de brincadeira, num grupo de amigos. Sem censura.
(7) Os clã independentemente do gosto pessoal, são do melhor que se faz por cá e a voz da Manuela Azevedo provoca-me sempre um sopro no coração.
(8) Porque a genialidade também pode ter algo de ébrio.
(9) Não estou certo do título mas não podia deixar de incluir nesta lista a canção com a letra que mais tem a ver comigo, com a minha impaciência e minha permanente inconstância. Tanta vez sinto que só estou bem onde não estou, como se apenas andasse a pairar por aqui, sem ainda ter encontrar o meu lugar no mundo.
(10) Porque não era possível escolher apenas uma música dos GNR. E ainda assim deixo de fora canções como “Sete naves”, “pós-modernos” e “Belle Vue”.
(11) Pela memória de uma noite única em que também entrou a Sónia. Louca, hiperactiva e linda. Ok, uma coisa simples: falar, olhar para ela e não querer que a noite acabe.
(12) Possivelmente a música mais surpreendente desta lista e de certeza a pior. Mas não me lembrei de mais nenhuma dele. A verdade é que o Quim Barreiros estará sempre ligado a mim por ter tudo a ver com aquilo que de melhor guardo de um inesquecível e grande amor: o Porto, cidade Invicta. E todos os anos que lá passei, no dia do cortejo da Queima das Fitas do Porto, também lá estava ele, com o seu bigode e o seu acordeão, a lembrar-nos porque é que os estudantes têm de beber tanto naquele dia: para não o ouvir.