Eu, ao contrário dos (outros) seres humanos, gosto da chuva. Exactamente por isso, devia ter escrito uma composição de homenagem à chuva, quando ainda andava na escola primária mas lamentavelmente nunca o fiz. Talvez ainda vá a tempo de corrigir isso:
A CHUVA
Eu muito gosto da chuva.
Eu gosto de ver a chuva a cair.
A chuva é como o João Pinto do Sporting porque cai sem ninguém lhe tocar.
A chuva é muito boa.
A minha mãe é que não gosta muito da chuva porque lá em minha casa chove sempre que o Benfica perde. A minha mãe até costuma meter as mãos à cabeça e dizer, “quando o teu pai chegar, vai chover pró meu lado”.
O que eu gosto mesmo é de andar à chuva.
Andar à chuva é mais ou menos como tomar banho de chuveiro mas sem a parte da torneira da água quente.
Eu ando tanto à chuva que a minha mãe diz-me “pára de andar à chuva” e eu como sou muito obediente paro logo e nem sequer me mexo assim molho-me mais e com um bocado de sorte apanho uma pneumonia e fico com 43 graus de febre quase a morrer o que é bom porque não vou à escola.
Quem também gosta da chuva é o carro do meu pai porque só quando chove é que o carro vê água. O carro do meu pai é da marca lava-me porco. Eu sei porque está escrito em todos os vidros do carro. Quando chove a marca desaparece e ainda bem porque não é um nome lá muito bonito para um carro. Mas passado uns tempos o lava-me porco volta a aparecer como por magia.
No outro dia fiquei foi assustado quando a minha professora disse que ia haver uma chuva de meteoritos. Será que há guarda-chuvas à prova de meteoritos? Pelo sim pelo não dormi debaixo da cama e tudo. Não deve ser nada agradável apanhar com um meteorito na cabeça.
É que se é para chover alguma coisa que não seja água que seja uma chuva de prémios como nos concursos da televisão.