Um conhecido meu, completamente exaltado, queixava-se de que estão a construir ilegalmente um prédio atrás da sua casa, dizendo que o que eles mereciam é que os fiscais da câmara fossem lá “embriagar” a obra. Enquanto controlava o riso, deparei-me com um terrível dilema: Deixo-o continuar a viver neste universo pessoal e criativo onde as palavras podem ter o valor que lhe quisermos atribuir? Ou por outro lado, opto por lhe embargar este sonho feliz, despertando-o para o mundo castrador, inflexível e pouco engraçado da língua portuguesa?