Saudações calorosas caros leitores! Cá estamos para mais uma semana de trabalhos aqui no Bidé! Sejam bem-vindos! (Este efusivo parágrafo introdutório não teve outro intenção senão provar-vos que não fui eu o responsável pelos cartazes do Rock in Rio.)
Posto isto, vamos agora ao paradoxal (e até um pouco contraditório) tema, que me trás aqui hoje: o jornalismo desportivo.
Tenho que começar por dizer que eu admiro muito o jornalismo desportivo, que se faz em Portugal. Tomara eu, ter metade da imaginação que estes senhores têm.
Nomeadamente no final de cada época, com os campeonatos de futebol a terminar, e em que nada acontece realmente, tenho que reconhecer o mérito destes jornalistas desportivos, já que não deve ser um trabalho nada fácil, inventar as notícias de uma ponta a outra diariamente e sem pestanejar. Ainda para mais, com três jornais desportivos, a competirem por notícias cada uma mais falsa e bombástica que a outra. Ora, isto só vem provar a coerência e a concorrência saudável no jornalismo desportivo que há no nosso país.
Por exemplo, todo os anos o jornal A Bola, em menos de um mês, consegue inventar 50 jogadores diferentes que supostamente o meu Benfica quer contratar. Ora, O Record faz o seu trabalho de casa e responde com mais umas dezenas de jogadores que vão para o Sporting. Mas O Jogo não se fica atrás e completamente do nada, cria uma lista interminável de jogares que vão para o FC Porto.
Este ano o jornalismo desportivo português aproveitando uma conjuntura muito favorável, deu mais um passo de gigante no mundo da fantasia e conseguiu desbravar uma nova área ainda pouco explorada: os treinadores de futebol. Beneficiaram do facto de estarem de saída os treinadores de futebol dos clubes grandes. Ah, e o Fernando Santos também. Vai daí, temos mais de 100 treinadores indicados para apenas três clubes! Não é mau, para um ano experimental.
Exactamente por tudo isso, não deixa de ser admirável constatar, que os jornais desportivos levam mesmo à letra o lema, “O Primeiro de Abril é quando o Homem quiser”.
E exactamente por isso também, queria aqui dizer que, já que o Prémio Camões este ano foi tão bem atribuído, à grande Agustina Bessa Luís, seria mais do que justo que para o ano que vem, ganhasse um jornalista desportivo. Parece que já estou a ver o presidente do júri a dizer, “o galardão mais importante da língua portuguesa este ano vai para: o jornalista da Bola/Record/Jogo pelo contributo prestado à literatura portuguesa nas áreas da novela e ficção.”
Bem, resta-me aprender com os melhores. Para isso aqui fica uma humilde e pequena lista de possíveis manchetes desportivas para esta semana:
- Sporting chega a acordo com Mike Tyson para futura digressão aos Estados Unidos
- Mourinho no Chelsea leva 25 jogares do Futebol Clube do Porto
- Chelsea quer Pinto da Costa
- Camacho: pré-acordo total com o Real Madrid mas exige Fernando Aguiar
- Zidane no Porto! (parece que foi lá comer uma francesinha)
- Davis Beckham em entrevista exclusiva: “Sou do Benfica desde pequenino”
- João Pinto nas férias dá aulas nas piscinas do INATEL
- Zahovic rescinde com o Benfica e vai para o… Cartaxo! (parece que há lá uma festa das tasquinhas)
- Sporting quer Fernando Mendes para substituir Fernando Santos (Fernando Mendes já disse, “tudo é possível, pelo preço certo”)
- Mantorras está apto! (para jogar chinquilho)
- Benfica contrata novo cabeleireiro para Simão
- Peixeira do Bolhão afirma: “Cheira-me que o Pintinho bai trazer o Ban Nistelroi”