Serve este post para premiar a Expressão Mais Parva da Língua portuguesa. E a Torneira d’ Ouro vai inteirinha e merecidamente para: COM QUE ENTÃO.
Eu gostaria de entregar pessoalmente o prémio ao responsável pela criação da mais aberrante conjugação gramatical de que há memória. É que aproveitava e açoitava o tipo. Pensem bem e vejam lá se COM QUE ENTÃO faz algum sentido.
Mas quem é que um belo dia terá pegado num dicionário da língua portuguesa e dito, “deixa-me cá juntar uma preposição, uma conjunção e um adverbio a ver o que é que isto dá”? “Já sei, dá: COM QUE ENTÃO!” Estaria ele no seu perfeito juízo?
Procura-se quem descubra uma expressão similar numa qualquer língua, morta ou viva!
Mas o que mais me chateia é que, quando alguém chega e nos atira com um COM QUE ENTÃO, nunca trás nada de bom para nos dizer. Se não vejamos, COM QUE ENTÃO é utilizada apenas em situações péssimas, por:
Amigos com novidades más. Exemplo: “Com que então a bebedeira de ontem à noite deu para te atirares áquela gaja parecida com a Odete Santos.”
Vizinhos Coscuvilheiros. Exemplo: “Com que então o menino tem um vaso com canabis na varanda.”
Pessoas que nos querem provocar. “Com que então o Zahovic ainda é jogador do Benfica, hem.”
Familiares que aparecem de surpresa. Exemplo: “Com que então a ver bundas brasileiras na Internet!”
Polícias em geral. Exemplo: “Com que então vinha a conduzir e a falar ao telemóvel ao mesmo tempo.”