Estamos a chegar à época dos Santos populares. Por mim tudo bem, eu quero é festa. Mas então e os santos impopulares? Ninguém se lembra deles? Também não haveria espaço para festejar aqueles santos que não são assim tão populares? Não haverá aqui uma notória e grave discriminação? Não seria altura dos sindicatos da santidade se meterem ao barulho? Não podiam fazer como os outros todos e aproveitavam o Euro 2004 para marcar greves?
E depois isto mete-me tudo uma confusão: Uns são Santos, outros são São (passo a redundância), no Porto são Sem (ex: Sem João), depois ainda temos os Beatos, os Anjos, os Arcanjos… Há trabalho para esta gente toda? Ainda por cima numa época de recessão? E como é que se estabelece esta hierarquia? Será que contam os anos de serviço? A idade da reforma? Os descontos para as obras de caridade?
Toda a gente sabe que os Santos mais populares são o Santo António, o São João e o São Pedro mas porquê tanta fama? São assim tão bons a divertir e a entreter o povo? É por causa do cheiro a sardinha assada? Por causa do alho-porro? Porra, só por causa disto deviam é ser excomungados! Mereciam a inquisiSÃO!
Olhem, por exemplo, um Santo que ninguém liga muito, é o São Martinho e para mim esse é que devia ter toda a popularidade! Não é pelo São Martinho que abrem os pipos e se bebe o vinho novo? E a água-pé? E a gerupiga? Então, o São Martinho já não tem mostrado que é um bom profissional cheio de talento? Será que já não merecia umas datas mais em prime-time de Verão, em vez de estar relegado para um diazito de Novembro que nem sequer é feriado?
E lembrei-me agora, também não há o perigo de se começarem a chamar aos Santos populares, Santos pimba? Vocês já viram a quantidade de martelos de plástico que andam pelas ruas a fazer pimba, pimba? E será que esta última piadola não foi um bocado forçada?