Ainda não parece mas o Verão acabou.
E digo isto com o tom dramático que se impõe.
Dentro de pouco tempo o bronzeado será apenas uma colorida miragem.
Em breve os biquinis não passarão de uma feliz memória. Se não for daqueles amantes de andar a espreitar em gavetas, claro está.
É altura de acalmar e voltar ao trabalho. Isto é, batalhar e aproveitar bem a rentrée para travar amizade com novas babes e amealhar conhecimentos para o Inverno.
Entramos drasticamente na época em que começam a cair as folhas e todos nós sabemos como isso pode ser triste. Já hoje uma resma de folhas de papel A4 que tenho aqui junto à impressora, me caiu algumas três vezes. Mas como diria o Newton, embora todas as quedas tenham sempre a sua gravidade, isso agora não interessa para nada.
Vamos então ao que interessa. Estes são os motivos porque eu gostei do meu Verão:
- Quantidades industriais de sexo (aliás, tive tanto sexo este Verão que pensei em chamar a isto “sexo tantico”).
- Ao contrário do Ministério da Educação, não tive dificuldades de colocação.
- Não houve necessidade de recorrer às colocações à mão.
- Raparigas em bicicletas.
- Nadar nas águas quentes do Mediterrâneo.
- Bebidas frescas junto às águas quentes do Mediterrâneo.
- Consegui atingir um tal grau de abstração que me esqueci quem é que é mesmo o nosso Primeiro-ministro (o pior é que isto depois passa).
- Ginastas em trampolins, saltos para a água e nadadoras olímpicas em geral.
- Passeios com raparigas de pés descalços no tablier do meu carro.
- O volei de praia feminino.
- Escrevi muita poesia barata (também podia ter escrito poesia boa mas era mais cara).
- Realizei alguns sonhos molhados: nadar nu à noite, entrelaçar-me noutro corpo igualmente nu, trocar beijos subaquáticos.
- As jogadores australianas de Basquetebol e os seus calções de lycra.
- Púbis bem jardinados.
- Raparigas em patins e os seus calções de ganga curtos.
- Raparigas cu-riosas (Ai uma gralha!).
- Frutos proibidos (não, não estou a falar de andar a roubar laranjas em pomares).
- Raparigas em sandálias e unhas bem tratadas e/ou tatuadas.
(Atenção: apesar desta minha fixação por pés – vulgo fetiche – não se iludam a meu respeito, tenho todos os outros territórios da geografia feminina em muito boa conta. Obrigado.)
- Foram tantas as noites sem dormir, tantos quartos de hotel, amar e partir...