Nota introdutória: Avisamos o incauto leitor que dada a natureza do tema em questão, vai encontrar ao longo deste post um intenso recurso metafórico com a utilização de terminologia florestal, de jardinagem, limpeza das matas e poda.
A OPINIÃO CORRENTE Apesar de vir aqui transmitir uma opinião pessoal, esta não deve andar longe do pensamento genérico do homem moderno. Que é: Pêlos, nem vê-los.
Há tanto para dizer sobre este assunto tão premente e actual que o difícil é saber por onde começar. Bem, talvez todas as mulheres devessem começar por se depilar e não seria necessário dizer mais nada. Mas não, ainda anda por aí muito boa gente que não percebeu que continua a fomentar a reprodução animal na sua floresta de coníferas (eu avisei-vos quanto às metáforas!). E isso é muito chato. E muito piolho. E muito ácaro.
De modo a elevar o nível do texto (já que comecei mal), achei que ficava bem introduzir aqui um pouco de filosofia budista. Para tal, deixo-vos uma variante da máxima “o todo é mais que a soma das partes”, dedicada à depilação: o tufo é mais que a soma das partes (baixas).
E AGORA UM POUCO DE HISTÓRIA Nos idos anos 70 e 80, promovia-se de modo quase obsceno o culto da densidade capilar ao nível da região púbica. Não raramente, ver a fotografia de uma mulher dessa época nua, nos remete para algo tão denso, desregrado e com a mesma expressividade da barba do Bin Laden. No caso de três mulheres nuas, automaticamente julgamos estar na presença dos elementos do ZZ Top.
Existem muitos casos de homens que se queixam de terem sido violados por mulheres quando eram pequenos. Não me custa acreditar que muitos deles, estão a referir-se simplesmente às imagens de mulheres desnudadas que penetraram nas suas mentes puras. Quantos terão perdido a sua inocência espreitando pelo buraco da fechadura enquanto uma ama, uma tia ou uma vizinha tomavam banho?
Ninguém tenha dúvidas que o visionamento de tais matagais sem preparação psicológica para tal, pode muito bem causar traumas irreversíveis para a vida de um indivíduo. Estou certo de que, há uma relação directa entre homens que viraram homossexuais e o dia em que vislumbraram aquilo que à data, julgaram ser um animal peludo e molhado, entre as pernas de uma mulher.
Eu próprio tenho um episódio que me persegue até hoje e que só não teve consequências de maior por ter ocorrido já na idade adulta. Dava eu um agradável passeio à beira-mar em pleno Verão, quando vejo nas dunas, uma senhora de pé, que estava em topless e usava umas cuecas pretas. Esta foi a minha primeira impressão. Qual não é o meu espanto quando ao analisar melhor a situação, me apercebo de que ela não está apenas em topless e aquilo não era de modo de algum umas cuecas pretas. Ainda hoje tenho pesadelos com aquele malogrado dia e passeios à beira-mar, viste-os.
A EXPERIÊNCIA IN LOCO Estar com uma mulher que conserva o seu púbis tão lotado de pêlos como o metro de Tóquio em hora de ponta, é fazer de cada um de nós um aventureiro em África; é como se nos pedissem em surdina para retomar a obra do determinado Dr. Livingtone, explorador incansável do continente negro; é como se fossemos condenados a desbravar território inexpugnável, só com a ajuda de uma catana e muito boa vontade; é como se nos obrigassem a ser protagonistas da nova sequela de Indiana Jones e os Salteadores do Clitóris Perdido.
O QUE AS MULHERES NÃO DEVEM FAZER Penso que já deu para perceber que é que nós homens esperamos das mulheres, mas há uma grande diferença entre aparar e rapar completamente. Na minha opinião, aquilo a que normalmente se chama de “pente zero” não deve valer para as partes baixas. Eu explico. Primeiro, o livro do Vladimir Nabokov, “Lolita”, não me entusiasmou por aí além, se é que me estão a entender. Segundo, as mulheres que não gostam de beijar homens com barba de três dias porque pica e aleija, também percebem com certeza o que é que está aqui em causa.
Não são de igual modo bem aceites púbis jardinados de maneira a parecer uma pequena sebe em forma de coração, flor, relâmpago ou outro. Não sei se são da minha opinião mas dá um ar demasiado... profissional. É excesso de zelo. Como se tivessem a pedir ajuda técnica: “Está aqui o meu coração, trespassa-o com a tua flecha, ó Cúpido”, “aqui tens uma trovoada bera, vá lá, espeta-me com um pára-raios”, e por aí fora. Eu quando quiser brincar com formas, pego no meu balde e no meu ancinho e vou para a praia. Embora mantendo-me longe das dunas, claro está.
Também não recomendo nada que as mulheres se apresentem com pêlos púbicos pintados, listados ou com madeixas. Aquilo a que eu depreciativamente chamo “O Estilo Eduardo Beauté”. Ou seja, julgam que parecem muito bem e não têm consciência do ridículo da sua figura. As mulheres que recorrem a este tipo de artefacto estão a fazer demasiada publicidade. E já se sabe que na publicidade o que é demasiado explicito não vende. Eu sou todo a favor das mensagens subliminares: o importante não é aquilo que se vê mas o que se esconde por baixo...
E assim acontece.
Nota final: Antes que me acusem de sectarismo ou de ser sexista, devo acrescentar que muito do que aqui foi dito vale também para os homens. Peço apenas aos homens que optem por se depilar que, por favor, o façam por questões de higiene mental ou decoro dermo-estético e não para perpetuar o mito masculino, de que o pénis parece maior se não estiver cercado por frondosa floresta negra (e aqui terminam as metáforas). Obrigado.