Venho hoje falar-vos de uma forma muito especial de encarar o sexo: O Swing. O Swing, para quem não sabe e como o próprio nome não indica, é a troca de casais. Como primeira abordagem, considero que o Swing, como em tudo na vida, tem o seu lado negativo e o seu lado positivo. Positivo: O facto de se poder desfrutar durante umas horas, da mulher do próximo. O Negativo: Descobrir que temos uma companheira que pensa da mesma forma que nós.
Pessoalmente, faz-me uma certa confusão isto de permutar com toda a naturalidade de parceiro, de forma consentida. Na minha maneira de ver as coisas, se uma pessoa está saturada, se o seu relacionamento é entediante ou precisa de novas emoções, a coisa realmente correcta a fazer é, arranjar um(a) amante. Viver uma vida dupla, dissimulada, de enganos e traições, isso sim é socialmente aceitável. Até porque a convivência sexual com terceiros só faz sentido enquanto acto de puro egoísmo. Assim é que é bonito. Agora, ter a participação e a colaboração do nosso cônjuge nesta situação é que é totalmente imoral.
Enquanto homem tenho também de deixar bem claro que considero que é algo de muito repugnante, trocar de mulher, como quem troca de camisola completamente encharcada de suor, no final de uma partida de futebol. Quando alinhamos no Swing nem que seja por uma vez, estamos a abrir um precedente terrível. É que ainda há coisas sagradas nesta vida. Começa-se com o Swing, quando dermos por ela já trocámos de clube, saltámos tantas vezes de partido como o Professor Freitas do Amaral e pior, preparamo-nos para mudar de marca de After-shave.
Há à volta do Swing várias questões a levantar.
1) Que género de pessoas praticam o Swing?
Não faço a mínima ideia mas algo me diz que a predisposição para o Swing é tanto maior quanto o próprio parceiro(a) não primar pela beleza. O que está mal. Não sei se existe ou não, mas devia existir um Código de Conduta que impedisse pessoas feias e mal feitas de participar nas festas de Swing. Afinal de contas, penso que não é lá muito correcto estar a disponibilizar de ânimo leve a nossa companheira e receber em troca um trambolho! Ou então estabelecem-se vários níveis de swingers e consoante o grau de fealdade, designa-se o grupo trabalho a integrar. É que de outro modo isto do Swing pode ser muito angustiante.
2) Como é que se sabe que um tipo não achou muita graça à parceira do outro?
Na hora H, o tipo é capaz de se sair com esta conversa:
- Vão-me desculpar, não desfazendo na senhora que é muito amável, mas eu hoje não estou para aí virado. - Anda lá, vai ser giro! - Ah, não, obrigado à mesma mas comi muito ao jantar e ainda estou aqui meio empaturrado. - Tens a certeza? - Tenho, tenho. Vão lá à vossa vida. Divirtam-se os três que eu fico por aqui a beber um refrigerantezinho. Ou quem sabe, uma garrafa de Água das Pedras.
3) Como será que se convence novos casais, a aderir a esta prática?
Parece-me lógico que se comece por persuadir o elemento mais fraco do par. Ou seja, o homem. Ao que se sabe, o homem comum, tal como o monge, é um animal de hábitos. Creio que isto significa, que se for minimamente aliciado, facilmente os muda.
- Ouve lá, o que é que achas da minha mulher? - É muito simpática. - Simpática? Ela é mas é boa comó milho! Não me digas que nunca reparaste? - Bem... não sei... eu... - E a tua também não é nada de se deitar fora. - Pois. Obrigado... Acho eu... - O que é que te parece de vocês irem lá a casa uma noite destas, tu comias a minha mulher e eu comia a tua? - Hã? O quê? Como? Hã? - Vais adorar a minha mulher, pá. Ela faz uma coisa com as ancas que deixa doido qualquer um. - Eu, eu, eu, eu... - E contrai a vagina de uma maneira, que tu ficas ali apertado, apertado... Até te passas, pá. - Eu, eu, eu, eu... - Nunca nenhum se queixou, hã? O que é que dizes? - Pois, eu não me parece que... - Deixa-te de coisas, pá. Tás agora armado em monógamo ou quê?
Depois de persuadido o indivíduo, só falta este fazer ver á esposa que o Swing, é mesmo aquilo que eles estão a precisar de introduzir na sua relação, para alegrar a vida de casado.
- Ó querida, sabes a melhor? Estive com o Ramiro, o marido da Lurdinhas, e ele a modos que nos convidou pra irmos jantar lá a casa deles. - Ai foi? – Foi, foi. E o engraçado – a sério, isto tem tanta graça – é que ele... me convenceu... a alinharmos... numa experiência... interessantíssima. - Qual experiência? - Olha, vamos a uma troca de casais? - O quê? - É o Swing amor, tá na moda. - Deves estar a brincar. - Hã... hã... pois. Não. Sim. Não. Quer dizer... Mas olha que eu já tenho visto o Ramiro nu lá no ginásio e, devo-te dizer que ele é até muito bem apetrechado. Tenho a certeza que vais ficar satisfeita, vais sim senhor. Vais sim senhor... - ... - É uma boa ideia o swing e tal, não é? O que é que achas da ideia de irmos lá ter com eles, hum? - É já a seguir. É que é já, a seguir.
- Ó querida... querida... importas-te de pousar a faca?