Estou certo que não estarão lá muito interessados no que fiz nas férias. Como tal, vou apenas falar-vos de parte delas, porque não resisto. Tenho obrigatoriamente de vos falar do Festival de Paredes de Coura.
Se não foram, já devem saber. A notícia espalhou-se rapidamente. Ninguém o pode negar: Paredes de Coura 2005 foi o melhor festival realizado em Portugal até hoje! Algo de muito especial se passou ali, no meio do nada, por aqueles dias. Tudo se conjugou de forma a que seja já considerado um festival mítico, inesquecível. Irrepetível. A parte melhor é que eu estive lá.
Aqui fica algumas das experiências por que lá vivi, em jeito de parangonas:
- O Garrafão de vinho explosivo (não fora isto ter ocorrido durante a viajem, no meu carro, espalhando vinho por tudo o que é sítio e o cheiro estar agora entranhado nos estofos, até teria tido mais piada.)
- Ai como é bom assim acordar! (Com um banho gelado e muitas raparigas em biquini que também gostam de se lavar.)
- O sósia do Clark Kent que quando tirava a camisola e os óculos se tornava no sósia do Iggy Pop.
- Gostar finalmente de Foo Fighters e aprender a admirar o David Grohl.
- As raparigas que só tinham comida à base de aveia. (Surgiu a ideia de que elas andavam a meter pr’ aveia.)
- Os dois novos estilos musicais: PUNK-COUNTRY e ELECTRO-RETRO-POP.
- Arcade Fire surpreendem (quase) todos com o concerto mais explosivo do ano!
- A rapariga que deu por ela a sacudir os sinais do corpo.
- Pixies ou como toda a música devia ser. (E não é para toda a gente saber que esteve ali a maior banda de culto de sempre. Felizmente só nós privilegiados é que sabemos.)
- Pesadelo de uma noite de Verão. (Sonhei que ia na auto-estrada a grande velocidade quando de repente se atravessa à minha frente um jambé (sim, um jambé). Não tive tempo de travar e... PUM! PUM, PUM, PUM, PAM, PAM, PUM, PAM, PAM, PUM, PUM, PAM, PUM...)
- Juliette Lewis a surpreendente enguia eléctrica.
- A garagem da vizinha. (Que vendia bifanas e meio litro de cerveja a um euro e meio e tinha a casa de banho mais limpa e perfumada de Paredes de Coura. Um achado.)
- A tenda que abria em 2 segundos! (E segundo as instruções, fechava em 15 segundos! E se me é permitido dize-lo, não tenho dúvidas esta é uma das maiores invenções da humanidade! É pena é vir atrasada 10 anos.)
- Paredes de Coura on Fire! (Falou-se tanto em fogos este ano e lá também estava sempre tudo a arder. Inclusive, viam-se inúmeras pessoas a fazer pequenos fogos nas mãos! Era impressionante o fumo que havia por todo o lado. Foi uma autentica desgraça, até as pedras ardiam...)
Algumas frases importantes para se perceber tudo, ditas e ouvidas por lá:
- “Só tenho regras de higiene de manhã.”
- “A claridade tem uma substância que nos faz abrir os olhos.”
- “Estou apaixonado outra vez. Já me apaixonei 427 vezes.”
- “Se não chover ontem.”
- “Respirem profundamente... Toquem no chão e alonguem a cervical. Alonguem a cervical... Ó amigo, isto do Yoga não resulta tão bem consigo a fumar.”
- “Deixa-me ver o teu champô. É cor de laranja, deve cheirar a maçã.”
- “Apetece-me mesmo ir à feira popular meter a cabeça debaixo da marreta.”
- “Descobriram mas um planeta no sistema solar. Sabes como é que se vai chamar? - Não. - Agusttini.”
- As duas manas Neozelandesas. Ora bem, encontrar e conhecer neozelandesas num festival que acontece no Minho, é praticamente tão surreal como se por exemplo, o Dr. Mário Soares resolvesse candidatar-se à presidência da República em 2006 d.c. Talvez por isso, e também por todo aquele ambiente de música e insanidade temporária que nos envolvia, um amigo teve a falta de discernimento necessária para lhes fazer a pergunta que - soube-o imediatamente - seria A Frase que marcaria todo o festival:
- Do you fuck a lot in New Zeland?
Ora bem meus amigos, isto foi nada mais nada menos, que poesia pura. Estou convencido que está aqui o Melhor Título para Qualquer Objecto Artístico Feito em Portugal. Devo avisar-vos que foi já registado mas se têm um quadro, uma música, um livro ou um albúm e não encontraram ainda o melhor nome, contactem-me, que nós vendemos.
Numas das tardes, sentados junto ao rio, enquanto bebericávamos cervejas bem geladas e ouvíamos o jazz na relva, dedicámos o nosso tempo a tentar criar derivadas igualmente interessantes, desta mesma frase. Como seria de esperar, este decadente exercício de escrita criativa, obteve os seguintes e lamentáveis resultados:
DO YOU FUCK A LOT IN NEW ZELAND?
Do you masturbate in the shower?
Will you suck my dick and call me Tarzan?
Could you be a member of Village People in future life?
Will you eat burritos in India?
I wonder: What is the nick name of your pussy?
Could you be straight in East Germany?
Could you consider put on a t-shirt saying “I’ M A Natural Born Sucker”?
Do you let me lick your belly bottom?
Would you be my photographic nude model?
Do you pee in the bathtub?
Will you wear sun glasses in Uranus?
Do you want to have sex with me in my bicycle?
Do you know this is the end of the world in shorts?
Do you know that a tent could be armed in 2 seconds?