Não é novidade para ninguém, Portugal atravessa uma grave crise meteorológica. Recentemente tem havido indícios de retoma da pluviosidade, no entanto, e apesar de estarmos no Outono, continuamos com as taxas de calor mais elevadas da Europa. Eu pessoalmente, estou mais que farto de calor. Tenho a sensação que já faz calor há mais de uma década.
O calor de Verão eu ainda consigo suportar. Encaro-o como o preço a pagar por poder ver a toda a hora raparigas com peças de roupa minúsculas e pronto. Agora, este calor permanente fora de época, perturba-me para lá do razoável. Eu digo-vos porquê: O-calor-revela-o-pior-que-há-em-nós. E o pior que há em nós é... transpiração.
Felizmente eu não sou homem para exsudar muito. Tenho os meus poros como toda a gente, mas não escorropicho por aí além. É o suor dos outros que me preocupa. Faço um esforço enorme para me manter o mais afastado possível do suor alheio. Nem sempre é fácil. Com estas temperaturas, para onde quer que me vire, está alguém a destilar.
Apesar de passar a vida a dizer a mim próprio que não há motivos para entrar em pânico quando se está em contacto directo com suor, nos últimos tempos, sinto que há no ar uma ameaça constante de cheiro a cavalo. Sou da opinião que se devem tomar medidas preventivas no combate aos maus odores. Proponho até, uma corrida desenfreada aos desodorizantes.
É um dado adquirido que com tantas mudanças climatéricas, há muito mais pessoas com apetência para suar abundantemente. As pessoas transpiram dos sítios mais bizarros, é preciso estar sempre à alerta. Não deixem de reparar nos sinais de alarme: Camisas molhadas na área das axilas, dissimuladas gotas de suor que escorrem da nuca e pelas têmporas, condutores que passam horas sentados em veículos sem ar condicionado, a Rosa Mota, obesos, obesos a fazer exercício físico, obesos a fazer exercício físico e a cantarolar em simultâneo, passageiros de transportes públicos, a Valentina Torres depois de correr 10 metros. Mas os mais perigosos para a saúde pública são aqueles indivíduos que têm o peito e as costas completamente alcatifadas. Esses sim, são máquinas de encharcar camisas. (Para quem ainda não percebeu a que pessoas é que eu me estou a referir, posso acrescentar que o expoente máximo do género é o actor brasileiro Toni Ramos.)
Com esta aversão a suor, a determinada altura da minha vida, senti necessidade de estabelecer uma distinção nas minhas relações quotidianas, baseada da forma como me cumprimentam. Descobri assim que há dois tipos de homens: Os que me cumprimentam com a mãos secas e os que me cumprimentam com as mãos suadas. Nunca mais consigo olhar da mesma maneira para um tipo que me estende a mão embebida em suor. Não sei, há qualquer coisa que não me inspira confiança em alguém que transpira quando está para me cumprimentar. O suor aqui funciona como uma espécie de soro da verdade. A mão molhada diz-me que estou na presença de um tipo nervoso com uma personalidade escorregadia.
Com as namoradas sou ainda mais exigente. Há três e apenas três situações em que consigo tolerar minimamente a transpiração numa mulher: quando está a dançar, se estiver com muita febre ou se fui eu que a deixei nesse estado.
Qualquer outra substância que o corpo delas possa segregar, não me incomoda, agora, mulher que transpire por tudo e por nada, não é mulher para mim.
Uma vez vi-me forçado a terminar precoce e abruptamente uma relação, quando descobri que ela transpirava dos pés. Logo dos pés. Todos conhecem bem o composto químico que o suor dos pés produz e o odor que emana.
Lembro-me tão bem, foi no final de um dia tórrido, ela calçava umas apertadas e pouco ventiladas botas de cowboy, entrámos no meu quarto, ela sentou-se na cama, descalçou-se e eu soube naquele momento que o quarto iria ficar de quarentena.
Era uma rapariga tão bonita, tão nova, tinha tanto amor à vida, tanto ainda para me dar. Coitada. Custa ainda mais quando elas estão na flor de idade e sem nada o fazer prever, acontece uma tragédia tóxica desta dimensão.
Tapei o nariz e com pesar consegui dizer-lhe: - Sinto muito. Ela sem saber muito bem o que se estava a passar perguntou-me: - Sentes muito, sentes muito o quê? - O teu cheiro. - retorqui eu enquanto me esforçava por conter uma lágrima em cada olho.
mfc said...
O cheirinho a sovaquinho é do pior de suportar!!! Fónix, pá!! Toze said...
E o Bidé tem sanita ou não ?!
Tô à espera :)))) www.aminhasanita.blogspot.com Anónimo said...
Se é de suar nas axilas, dos pés, ou de qualquer outro lugar, NEM PENSAR!!! Tou contigo ;)