Quer-me parecer que hoje, quarta-feira 4 de Janeiro, estou quase, quase, recuperado da noite de Passagem de Ano.
O primeiro pensamento que tive este ano quando acordei e que quero guardar para a posterioridade, foi: “Gaita, acho que exterminei metade da minha população de neurónios.” Um pensamento profundo, portanto. Como já devem estar a imaginar, tal pensamento ficou a dever-se inteiramente ao consumo de quantidades obscenas de álcool mas que a modéstia não me permite enumerar.
Também por isso, o dia 1 de Janeiro deveria ser instituído como o Dia Internacional do Sofá. Não há nada que apeteça mais no primeiro dia do ano que um aconchegante sofá. Sempre que possível, é lá que me deito à espera que o meu cérebro deixe de pesar 500 kgs. Há fases desse dia em que tenho a esperança que fique apenas dormente.
A meio da tarde, entre dois Guronsan e uma garrafa de Água das Pedras - e também entre uma sesta e um documentário sobre pelicanos - ainda me senti tentado a vir cá falar-vos da minha noite. Para vocês verem como se tratou de um dia deprimente, a melhor ideia que tive, foi usar uma analogia entre o estado em que se encontrava a minha cabeça depois do genocídio que se passara lá, e a famosa frase dos livros do Super-homem.
Olhem! Lá no cérebro! O que é foi aquilo? Um avião? Um tractor? Não, foi SUPER BOCK!
Ainda bem que à última da hora não vim cá (senti necessidade de ir a correr para a sanita) e assim não levaram com esta ideia sobejamente estúpida.
Tinha pensado falar-vos sobre o fogo de artifício mas já me alonguei demais. De qualquer modo, na praia onde passei o ano não houve fogo de artifício. Creio ter ouvido três ou quatro foguetes, o que é claramente insuficiente para vir para aqui falar sobre pirotecnia.
Não me importei de não haver fogo de artifício. A avaliar por mim e pelas condições dos amigos que estavam comigo, foi uma noite em vimos luzes e nem sequer foi preciso fogo no ar a arder.
Depois, também tinha a intenção de vos lembrar que, neste ano que agora termina, se realizou o Concurso Mundial de Fogo de Artifício, em Lisboa. Escolha que considero de todo em todo, muito justa. É difícil encontrar alguém melhor que os portugueses em espectáculos de pirotecnia. Somo tão bons, que volta e meia, lá se ouve falar no telejornal em mais um fogo de artifício dentro da própria fábrica! O que nós gostamos de fazer coisas arrojadas.
Com isto, ocorreu-me que era capaz de ser muito útil aos terroristas, se os seus homens-bomba se fizessem explodir com fogo de artifício à mistura. A verdade é que já ninguém liga a bombas artesanais feitas com pólvora e meia dúzia de explosivos. Está muito visto e já não tem o efeito que tinha antigamente. Os meios de comunicação social estão sempre sedentos de novas e inovadoras formas de violência, estou certo que bombistas a explodir em cascatas coloridas, daria muito mais visibilidade às suas causas.
“Atenção, amanhã, junto ao minarete de Al-Jazzár em Israel, um homem do Hammas vai arrebentar-se juntamente com fogo preso, num jogo de luz e cores com um final apoteótico. Não perca o maior espectáculo suicida do mundo!”
Eu sei eu, eu sei. Estou mesmo a acabar. Resta-me apenas dizer que considero o fogo de artifício a forma mais rápida que o homem encontrou de estoirar dinheiro. E agora têm de me desculpar mas uma vez mais, vem-me à memória a ideia chave dos livros do Super-Homem:
Mais rápido que uma bala. Mais barulhento que uma locomotiva. Capaz de voar sobre os prédios mais altos com um simples rastilho.
Olhem! Lá no céu! O que é aquilo? É um foguetão? É um very light? Não, é o FOGO DE ARTIFÍCIO!
Unknown said...
Estoirar dinheiro é de facto a melhor palavra para descrever o gasto em espectáculos pirotecnicos..
O que interessa é animar a malta.. e o fogo de artificio consegue fazê-lo sem duvida.. (Eu pelo menos gosto bastante)
Agora aliado a um bom copo... garrafa ou barril.. milhor!
Beijocass e Bom Ano! António A. Antunes said...
Uhou.. magnífico relato. Esperem até eu contar o meu. gervasio said...
Exma Sra Joaninha, vimos informar que graças ao seu diagnóstico precoce, a operação de remoção da incomodativa vírgula correu pelo melhor, o post está a recuperar bem e não se esperam complicações de maior.. Muito grato. E já agora, segue um beijo em anexo.. Vladimir Kaspov said...
Todos os Homens nascem pirotecnicos, apenas não se vê... cheira-se... ricardo said...
batam em latas... estourem esses foguetes... gostei de te encontrar. abraço e parabéns abox said...
bom ano gervásio!! ;) e veja lá se encontra o cubo de gelo! :p Anónimo said...
Ah! Grande ideia, sim senhor! Fogo-de-artifício nos atentados terroristas. Pode ser um novo nicho de mercado! Joana said...
televendas também é bom para acompanhar a ressaca. Os níveis mínimos de exigência de raciocínio adequam-se à nossa actividade neuronal e aquele imagem ritmada de mexer o wok ou de fazer abdominais que entra pela retina e envia ao nosso sistema nervoso central a ideia de um movimento no nosso campo visual é perfeita para inspirar a evocação do santo padroeiro de todas as tramelgas. Se der para fazer o pino nos entretantos, melhor. E fogo de artifício também é fixe. Não não é fixe. Quando há dor de cabeça, não é fixe.Bom, as melhoras tá?