Não compreendo o alpinismo. Fazer umas caminhadas por montanhas onde a quantidade de oxigénio é inversamente proporcional à quantidade de gelo, só pode ser contranatura. É como um homem a sodomizar uma avestruz ou o Ribeiro e Castro chegar a presidente de um partido.
Isto de se andar a passear a 8000 metros de altitude (sem se estar dentro de um avião), é abusar da sorte. Deus não gosta de abusadores. Os alpinistas estão claramente a meter o nariz onde não são chamados. É por isso que alguns até o perdem por lá.
Também me desassossega pensar nas necessidades fisiológicas dos alpinistas. Por exemplo os homens, quando estão mesmo à rasquinha, como é que fazem? Com aquelas luvas tão grossas, como é que abrem a braguilha? E - mais complicado ainda – com tanto frio, será que conseguem encontrar a sua diminuída masculinidade?
Já para não falar de quando se torna imperativo baixar as calças e deixar o rabo ao léu, exposto a ventos que cortam. Quanto a essas outras necessidades, também tenho as minhas inquietações: levam rolos de papel de higiénico na mochila? Se sim, depois da utilização, são ambientalistas ao ponto de levarem consigo o papel higiénico sujo até ao pico? Descem ainda com ele e só aí o descarregam num contentor para a reciclagem?
Com ao temperaturas que fazem sentir por lá, imagino que o Evereste esteja cheio de poias ultracongeladas. Se já é difícil trepá-lo, imagino o que será ter que se andar a contornar os milhares de dejectos deixados por inúmeros alpinistas. Uma montanha é um terreno tão minado quanto Angola!
Estou em crer que o alpinismo moderno (não aquele que servia aos homens primitivos para fugir de predadores com medo das alturas), foi inventado por um sujeito com mais de 35 anos, a viver em casa dos pais e com pouco habilidade para mulheres.
- Mãe, estive a pensar e resolvi escalar a montanha. - Ó filho porque é que não vais antes ao teatro? - Não mãe, eu quero é escalar montanhas. - Mas filho, aquilo lá em cima é gelado, ainda te arrefecem os pés. - Não quero saber, escalar montanhas é o meu destino! Lembras-te que mesmo quando era miúdo já andava sempre a subir às árvores? - E a cair de cabeça de cima delas. Pelo menos era a desculpa que eu dava às tuas professoras, nas reuniões de pais. - Acho que devia chamar a isto alpinismo. - Queres que te faça umas sandes para levares para o caminho? - Pode ser. - Ó filho, leva o casaco e o cachecol! Tens que te agasalhar bem senão ainda apanhas um resfriado.
Enfim, acho que lhe podia ter dado para muito pior. Podia ter sido este indivíduo a começar com o hip hop.
Anónimo said...
Muito bom post (embora o final com o diálogo fosse meio dispensável).
Parabéns! Estou fã deste blog. Anónimo said...
Apraz-me verificar a tua inquietude numa questão tão pertinente e arriscada: fazer prevalecer as necessidades humanas em locais inóspitos!
Mas, apesar da excelente explanação do problema que me activou claramente o sistema destinado ao raciocínio, questiono: porquê um novo álbum dos Delfins?
Reportando-me ao tema, e agora com destemida fé, pergunto: porquê um novo álbum dos Delfins?
Na terceira decisiva, a análise ao acto de urinar revela-se interessante. È do conhecimento geral que nesses locais, denota-se um calor estranho o que, aquando do acto mictório pressupõe uma alteração do estado físico do líquido que pelo o Homem é libertado: alteração do estado líquido para o estado sólido, um perfeito conhecimento proveniente dos ensinos secundários.
Ora tal constatação das leis da natureza pode ser drástica: ficar-se-á com um fio de gelo desde os limites do nosso corpo por onde é vertido o líquido, até à cota zero localizada no solo? É que, caso esta hipótese seja válida, é sabido que o gelo possui uma resistência intrigante e que em muitas circunstâncias, só à lei da marreta é que se torna possível aniquilar a ligação!
Penso que optaria por iniciar as incisivas marretadas pela cota zero. Entretanto evito altitudes acima de 1000 m e quando vislumbro os 1001 m, evito beber líquidos. Vegana da Serra said...
Já ouvi alpinistas dizerem que o maior desafio é passar tantos dias sem tomar banho... imagina só o pivete! Principessa said...
muito bom!
quanto às "poias ultracongeladas", diz que são biodegradáveis. Quando não são, devem ficar tão frias/duras que sempre ajuda a escalar e fazem o alpinista poupar dinheiro, já que fazem a vez daquelas coisas que eles têm para se agarrar (que eu não sei o nome...)
ah e Minerva McGonagall: como a maioria perde o nariz com o frio, a dada altura o cheiro é o menor dos seus problemas! =) Anónimo said...
EH EH EH Questões essenciais! Dúvidas existenciais... Movimento Pela Net Mais Barata said...
Nós somos alpinistas da net, sempre a escalar para atingir um patamar melhor, neste caso inversamente proporcional que é uma net lá em baixo...baratinha!